sexta-feira, 30 de abril de 2010

Procuro


Nunca te aconteceu, ver numa nuvem a cara das pessoas de quem gostas?
A mim aconteceu desde a infância. Deitava-me no chão e ficava a olhar para as nuvens. Em cada uma via a cara duma pessoa que amava, ou um objeto que me agradasse , um animal que desejava ter.
E nunca havia duas nuvens iguais, porque também não há duas pessoas iguais, os desejos nunca são iguais, vão-se transformando ao sabor do tempo, tal como as nuvens ao sabor do vento.
Sempre vivi assim, olhando as nuvens e imaginando.
Agora, olho sempre a mesma nuvem, porque procuro nela sempre o mesmo rosto.

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