"Sou o gemido do vento, o sopro do Universo...Uma voz na imensidão"
.....me sinto como um cego...
que leva uma pedrada...
que no espelho não
vejo as marcas....
mais que por dentro
ficam marcadas...
pois quando a tempestade
chegar... irei salva-los
pois sou mesmo assim
não me igualo as fracos..."
Quero-te, homem, nas minhas entranhas,
Rasgando véus, vazios, fidelidade!
E quero ser o ser com que te assanhas
Em cama aberta e sem solenidade.
Quero-te, homem, pelo corpo adentro
Num cavalgar contínuo e castigado
Por essa dor que possa vir ao centro
De qualquer culpa em mim descarregado.
Quero-te forte em braços e torturas,
De incêndio feito se queimando em mim.
Quero incitar- te à todas as loucuras,
E a todas elas tu terás meu "sim".
Neste meu ventre cálido às escuras,
Aranha macho , encontrarás teu fim.
- às inclementes aranhas fêmeas -
Ainda Te Amo
Dobrei todas as esquinas
Fugindo do teu olhar
Amordacei emoções, carinhos
Sequei meu pranto, coração
Segui por estradas íngremes
Deixando meus rastros de solidão
Engoli tuas regras, prescrições
Em seco, cruzei pântanos
Arrisquei-me, escalei montanhas
Fechei os olhos, diante do medo
Perdia-me de mim, sofria
Fui me deixando, sombra
Pássaro cativo em céu aberto
Queria-te, abraçava-te no meu frio
Nos lençóis do meu pensamento
Cobria meu corpo com o teu
Pedi ao tempo guarida
Deitei-me no colo da esperança
Espera infrutífera, inútil
Não voltaste para sonhar comigo
Mas ainda agora, meu coração
Teima em dizer: te amo
Meus amores.
Relembro com desdém o passado
E almejo ansiosamente o futuro.
É na noite calma, fria e serena
Que os anjos sossegam meu coração,
Inquieto e ardente por novas emoções
Nem ele mesmo, indolente como é, sabe lidar.
É assim, que eu e a noite - no silêncio - nos amamos.
Ela, acalentando assaz meu pequeno coração
E eu, me rendendo aos seus afagos e apelos,
Para no silêncio do meu quarto, conquistar a paz.
Gosto quando me chama de menina
Quando chega de repente
E me enlaça, suavemente
Me deixando arrepiada
Tocando minha pele bronzeada
Gosto quando diz certas coisas
E minha timides põe-se a perder
E vou me tornando
Sua Menina/Mulher
E diz que é assim que me quer
Gosto quando me tira do sério
E sem mistério nos amamos
Com toda a pureza, leveza
Misturada a uma doce safadeza
Que me faz sentir
Uma mulher desejada, amada
E quando na cama, me deito
Lembro dos seus beijos
Que me deixam enlouquecida
Do seu modo de falar
Que me ama, me deseja
Arde de desejo por mim
Desejo da minha boca
Dos meus braços
E diz que olhando meu retrato
Daria a sua vida por mim
Gosto que me enrosco
De ser amada por você
De ser sua Menina/Mulher
Pois é assim que você mais quer
Naquele jardim encantado
onde nos encontrávamos
Nossos olhos furtivamente
Se cruzavam
De modo discreto
nos aproximávamos
Como dois rios caudalosos
de águas serenas
porém abundantes
Cada qual seguindo seu curso
Rios impetuosos, em ritmado pulso
Vidas paralelas em águas tremulantes
no sorriso breve e tímido que trocávamos
no toque plácido das mãos que entrelaçávamos
Deixamos seladas
na copa daquele majestoso Carvalho
as iniciais do nosso nome
bem talhadas
Sempre que a face do céu sorria
em tons de anil
corríamos para o nosso jardim primaveril
onde nossos sonhos se fagocitavam
e ali nos enamorávamos
O que era singular, plural se fez
o amor selou nossa vida
mostrou-nos sua rutilante tez
Corpos carentes, sedentos de amor,
de carícias, de afagos, de vida e calor.....
Corpos ardentes, de volúpias, de paixões,
de prazeres, de gozos extasiantes.....
Bocas ávidas, unidas em um beijo prolongado,
molhado e duradouro....
Corpos carentes, ausência, busca interminável,
incessante e inquietante por algo, por alguém....
Corpos ardentes, suores a derramarem-se,
murmúrios, gemidos, sussurros indescritíveis, inaudíveis....
Espasmos eletrizantes, descargas elétricas a
percorrerem todos os poros, sensibilidade à flor da pele....
Corpos carentes, ansiedade, medo, sentimento de perda,
dúvidas, perguntas a fazer sem que respostas se obtenha.....
Corpos ardentes, sensações alucinantes,
arrepios da pele, toques sutis, envolvimento cúmplice
de luxúria e prazeres carnais.....
Dois seres, duas vidas entrelaçadas,
ligadas por um sentimento forte,
tentador, delicioso e prazeroso....
Peças perfeitamente criadas para
que uma a outra complemente, complete, agindo
como engrenagens que se encaixam em harmonia....
Pensamentos voam, vagam, nada mais existindo senão,
e tão somente aquele momento sublime,
deliciosamente maravilhoso e mágico.....
Vulcão ativo, labaredas de fogo a espalharem-se,
orgasmos infinitos resultantes da entrega
mútua e total entre dois corpos ardentes...
Um dia o amor perguntou à amizade : - Para que existes tu se já existo eu? A amizade respondeu: - Para repor um sorriso onde tu deixaste uma lágrima
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